domingo, janeiro 23, 2011

água

Parei um pouco na Serra das Fontes, lugar que sempre me pareceu o menos insular desta insula, decalque das serranias Transmontanas, rasgadas por fragas e varridas pelo vento. (Um bom lugar para ler Miguel Torga).
As fontes, que lhe deram o nome, espalham-se pela vertente mais suave da serra, assinaladas por pequenos abrigos caiados. Os reservatórios sobressaem por entre o manto de verde, testemunhos de um tempo em que a água escasseava, construídos para saciar a mais básica das necessidades humanas e para que aqui se pudesse continuar a viver.
A mais fantástica das realizaçõe humanas nesta ilha, é esse complexo sistema de captação e armazenamento de água, que abrange não só estes reservatórios, mas também os populares paúis que se encontram em todas as freguesias, os fontanários, os poços, as cisternas e os tanques existentes na casa mais abastada e na casa do camponês e que traduzem essa necessidade em armazenar um bem que aqui, mais do que em qualquer outra ilha, sempre escasseou.