segunda-feira, janeiro 25, 2010

Guadiana, ao fim do dia.



Aqui onde acaba Portugal e começa Espanha, onde os dias morrem ao som da águas dormentes do Guadiana, debruço-me sobre uma velha mesa da esplanada, copos tombados e côdeas de pão, uma fatia de queijo. Seis e onze da tarde. Por cima de mim, as poucas casas debruçam-se como eu, sobre o Guadiana meio-cheio. E  pensei: isto é tão longe que antes de sair daqui, já esqueci o nome da terra. Mas não. Recordo-o e vou recordá-lo mais uns anos; Pomarão. É díficil lá chegar, mas vale tanto a pena.  

domingo, janeiro 03, 2010

Primeiro post do ano...

Passo pelo Carapacho e detenho-me um pouco. Mudou muito em tão pouco tempo. Para pior. Antes, as pequenas casas caiadas, telhadas com as meias-canas cor de barro, alinhavam-se á beira do mar e sorriam. Hoje, os mamarrachos que construíram ao longo dos últimos anos, fazem-lhes sombra. O Carapacho tem as casas mais feias e mais pirosas da Graciosa. E foram todas construídas nos últimos 10 anos. Muitas delas por emigrantes. A arquitectura importada das terras do Tio Sam, ainda que possa ter absorvido alguns dos elementos que caracterizam a arquitectura dos Açores, é uma aberração ao lado das modestas casas do Carapacho e nada tem a ver connosco. São imitações kitsch e revelam uma tremenda falta de bom gosto e sensibilidade. Há leis que proíbem o que se está a fazer no Carapacho, mas se houvesse bom-senso, elas nem precisariam de ser estipuladas.