sábado, janeiro 26, 2008

Joy Division - Atmosphere

Há dias em que esta musica parece que diz tudo...

domingo, janeiro 13, 2008

Led Zeppelin--Kashmir, London O2 Arena

Definitivamente a melhor banda de sempre... long live rock n roll!

sábado, janeiro 12, 2008

A primeira filarmónica da Graciosa

"A primeira filarmónica que houve nesta ilha (...) era toda composta de negros cativos, pertencentes ao abastado proprietário Graciosense Timóteo Espínola de Sousa Bettencourt.
Este cidadão depois de residir alguns anos no império do Brasil, voltou a esta ilha, sua pátria, trazendo no seu navio aquela filarmónica etiópica, que tanta admiração causou nesse tempo no ânimo dos Graciosenses.
Desembarcando no porto da Calheta desta vila no dia 28 de Setembro de 1818, foi residir para a sua casa do Arrabalde, segindo dali com a filarmónica para o festivo e popular arraial de São Miguel Arcanjo, tocando durante a jornada variadas peças dos seu repertório.
Conservaram-se por aquele local dois dias, abrilhantando aquela festa popular e queimando à noite algum fogo de artificio(...) até então desconhecido na ilha.
Estes escravos africanos (...) demoraram-se na ilha dois anos, retirando depois para o Brasil com o seu senhor (...). Na ocasisão porém do embarque, que foi no porto da Barra, teve lugar um incidente para eles bastante desagradável. Quando tratavam de passar para bordo a caixa dos instrumentos e na ocasião que a suspendiam, rebentou o cabo em que estava amarrada e caiu ao fundo do mar, não sendo possivel tirá-la mais. O mestre da notável filarmónica chamava-se Apolinário e o encarregado de aplicar os castigos e meter os companheiros no tronco tinha o nome de Caetano."
Adaptado de Canto Moniz ; Ilha Graciosa Descripção Historica e Topographica

domingo, janeiro 06, 2008

Inverno

Detestava o inverno insular; a chuva rude e mal educada,o vento em brados e gritarias demoniacas, o céu escuro prestes a esmurrar-nos, o mar a despedaçar o nosso pequeno barco de basalto... Detestava esse inverno feito de mar bravo, de árvores vestidas de cores fùnebres. Só o prazer de ficar em casa, quente, confortável e abrigado do temporal que nos revirava as telhas podia compensar um inverno açoriano, talvez até todos os invernos do mundo... Hoje o inverno da minha ilha é uma boa recordação, passado alguns anos desde que saí daí a memória tratou de sublimar esses meses de invernagem, quase como se todos os dias de inverno fossem dias de sol e céu azul. Agora decidi detestar o inverno transmontano; aqui neste Portugal de serranias e fragas, neste "reino maravilhoso" de Torga, tudo é inverno, um funeral que dura meses (cá se diz: 9 meses de inverno e 3 meses de inferno), os ossos gelam-me e a carne, anestesiada pelos graus negativos, emudece com dores. O Marão sorri-nos complacentemente (ou será escárnio?) sempre que o transpômos para este lado, abraça-nos com a geada e com a neve, um açoreano passa bem sem estas demonstrações de afecto... Dêem-me o inverno da minha Graciosa, isto já é inverno a mais...