domingo, setembro 27, 2009

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René Maltête

terça-feira, setembro 22, 2009

Fotografias da Graciosa


O Ilhéu da Baleia, visto de outro ângulo, com formas menos conhecidas do que aquelas que vemos nos postais.

segunda-feira, setembro 21, 2009

Adeus Verão...

Outro Verão que passou.
Para o próximo, que tenhamos pelo menos uma bandeira azul na nossa costa;
Que as obras da Furna do Enxofre e das Termas do Carapacho já tenham terminado;
Que alguém da Comissão de Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, se lembre de fazer regressar os "grandes" concertos à praça de Santa Cruz;
Que tenhamos um serviço marítimo de transportes de passageiros inter-ilhas, que se assemelhe vagamente a um serviço maritimo de transporte de passageiros inter-ilhas... (E assim de repente, dá-me uma branca..................)
Ah! E que São Pedro não seja tão carrancudo.

Dixit

domingo, setembro 20, 2009

terça-feira, setembro 15, 2009

Porto Afonso





Ou Afonso do Porto, por estas terras queimadas terem sido pertença de alguém com esse nome e essa origem. O Porto Afonso é um dos sítios mais extraordinários da Graciosa. E em dias de bom tempo, o mais bonito. É metade mar, metade rocha calcinada pelo vulcão. Esculpido pelo vento, pela água e pelos Homens, pintado em tons de vermelho e negro vulcânico. Não é difícil aqui chegar, de carro, de bicicleta ou a pé. Às vezes é difícil é daqui sair.

Esta baía recôndita, de águas transparentes, domínio de garajaus que enchem o céu nos dias de verão, possui um pequeno cais e uma dezena de abrigos para os barcos, escavados na bagaça da falésia. A falésia, a pique sobre a baía, é imponente e ameaçadora. As pedras que se soltam desta parede e caem cá em baixo assustam e podem aleijar. Essa é uma das razões para a maior parte dos abrigos terem sido abandonados. Dentro destes túmulos, apodrecem os esqueletos de velhos barcos de boca aberta, ladeados por um espólio poeirento de caixas, redes e canas de pesca, memórias de um passado cada vez mais distante.

Ao longe, os contornos bem definidos de São Jorge, desenham-se sobre o Atlântico azul. Quase que poderíamos lá chegar a nado. Mais perto, a Ponta Branca e o fim da terra. Imagino esta baía abrigo de piratas, que sulcavam estes mares em busca de presa fácil.
Não é difícil imaginar que aqui tenham aportado, resguardados da nortada e longe da boca dos canhões que guardavam a costa, fazendo contas à vida e engendrando outras piratarias.

Todos os anos, pelo dia de Maio, a família enroscava-se por debaixo das arribas, então risonhas, um grande farnel e por ali ficávamos. Não sei se ainda hoje há muita gente a fazer isso naquele lugar, que sempre que lá vou, me parece abandonado de séculos. Mas o estar vazio de vida, á excepção dos garajaus, das gaivotas e das cagarras, realça este quadro de encanto. Porto Afonso…

domingo, setembro 13, 2009

A Captura e a Morte

Às cinco horas da tarde.
Eram cinco da tarde em ponto.
Um menino trouxe o branco lençol
às cinco horas da tarde.
Uma esporta de cal já prevenida
às cinco horas da tarde.
O mais era morte e somente morte
às cinco horas da tarde.

O vento levou os algodões
às cinco horas da tarde.
E o óxido semeou cristal e níquel
às cinco horas da tarde.
Já lutam a pomba e o leopardo
às cinco horas da tarde.
E uma coxa por um chifre destroçada
às cinco horas da tarde.
Começaram os sons do bordão
às cinco horas da tarde.
Os sinos de arsênico e a fumaça
às cinco horas da tarde.
Nas esquinas grupos de silêncio
às cinco horas da tarde.
E o touro com todo o coração, para frente!
às cinco horas da tarde.
Quando o suor de neve foi chegando
às cinco horas da tarde,
quando a praça se cobriu de iodo
às cinco horas da tarde,
a morte botou ovos na ferida
às cinco horas da tarde.
Às cinco horas da tarde.
Às cinco em ponto da tarde.

Um ataúde com rodas é a cama
às cinco horas da tarde.
Ossos e flautas soam-lhe ao ouvido
às cinco horas da tarde.
Por sua frente já mugiu o touro
às cinco horas da tarde.
O quarto se irisava de agonia
às cinco horas da tarde.
De longe já se aproxima a grangena
às cinco horas da tarde.
Trompa de lírio pelas verdes virilhas
às cinco horas da tarde.
As feridas queimavam como sóis
às cinco horas da tarde.
e as pessoas quebravam as janelas
às cinco horas da tarde.
Às cinco horas da tarde.
Ai que terríveis cinco horas da tarde!
Eram as cinco em todos os relógios!
Eram cinco horas da tarde em sombra!


Federico Garcia Lorca

domingo, setembro 06, 2009

Fotografias da Graciosa





O Calhau Miúdo proporciona, em dias de calmaria, excelentes fotos. Ao longe, o Farol da Ponta da Barca, guarda o Atlântico adormecido.

quarta-feira, setembro 02, 2009

Qualquer coisa sobre a Gripe A

Ainda resisti durante algum tempo a fazer comentários a esta coisa a que se chama Gripe A e que já se manifestou na nossa ilha, mas dado o solene comunicado do nosso Centro de Saúde, não posso deixar de transcrever uma das suas passagens, que pelo seu conteúdo quase apocalíptico, me lembra aquele outro fim do mundo que o nosso Nobel da Literatura tão bem descreveu no Ensaio Sobre a Cegueira:

“(…)Devemos antes ter a noção de que em caso de catástrofe e pandemias, todos os recursos e instalações serão necessários e poderemos chegar a situações em que pavilhões, escolas, igrejas, etc, possam ser necessários para prestar serviços de saúde.”

Estas três linhas, como tantas outras coisas que já se escreveram sobre esta gripe, poderiam muito bem figurar no livro de Saramago. Agora digo (e foi esta a ideia que me ficou da leitura dessas páginas e do que tenho visto nas noticias sobre o assunto) que a doença que mais devemos temer não é a Gripe A… É a estupidez.

terça-feira, setembro 01, 2009

Efemérides


Passam hoje 70 anos da invasão da Polónia pela Alemanha de Hitler. Quando as feridas profundas da grande guerra de 1914-1918 não haviam sequer cicatrizado, a Europa - e depois o mundo - mergulhavam noutra era de trevas.

Que todos nós nos envergonhemos de ter vivido no mesmo século desses homens, que traçaram a sangue o destino de milhões de vidas.