quarta-feira, novembro 21, 2007

A propósito...

Em 1883 Canto moniz escrevia na sua Descripção Histórica e Topographica da Ilha Graciosa que a criação de gado bovino era bastante limitada por falta de pastagens. Não foram precisos 100 anos para que este quadro se alterasse radicalmente, a "monocultura da vaca" monopolizou a economia de uma ilha cuja produção de cereais, vinho e aguardente rivalizava noutras centúrias com as ilhas maiores.
Há 60 anos os pastos eram raros, tampouco os cerrados de milho, então em poucas décadas as espigas douradas de trigo deram lugar a um tapete verde de trevo e luzerna, destruiram-se vinhas inteiras para semear milho e as vacas passaram a ser mais do que as gentes.
As vinhas, os pomares e as hortas que ainda hoje se cultivam são resquicíos de um passado que por este andar será trucidado pelos tractores e pick-up´s comprados com os subsidios de Bruxelas. Mas as "vacas subsidiadas" são também elas efémeras; os criadores terão mais cedo ou mais tarde de comtemplar outro meio de subsistência... mas como dizia um velhote que conheci no Alto Douro, se o governo desse subsidio para coqueiros, até isso ele tratava de plantar.

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