Fim da tarde e a
Giralda veste-se de sombras e luz. A cidade acorda da siesta e aqui, no bairro
de Santa Cruz, as esplanadas enchem-se de gente. Comem tapas e bebem cerveja, sob
as copas floridas das laranjeiras que nascem compassadas nos passeios, enquanto ao
fundo da rua um coro de pequenas sevillanas
de voz quebrada, trauteia Camarón.
Guardei o mapa, perdi-me e acabei por encontrar a felicidade pura num pátio
de Sevilla, a cidade que é uma jóia, forjada por quase todas as culturas que
puseram pé neste extremo da Europa, um cadinho onde se fundiram árabes,
cristãos e judeus, onde coube o velho mundo e o novo mundo. Alguém escreveu
(Hemingway?) que o que mais o irritava nos Sevilhanos era gabarem-se
constantemente de viverem na cidade mais bonita do mundo. Fora isso, eram bem
capazes de ter razão.
(Sevilla, Abril de 2014. A primeira vez que cá vim, era um turista. Cinco visitas depois, sinto-me em casa)
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