domingo, maio 18, 2008

Fortificações

As gentes que vieram povoar as ilhas atlânticas tiveram como necessidade primária a protecção contra as ameaças que vinham do mar, sob a forma de ataques concertados de nações estrangeiras ou actos esporádicos de pirataria. Foi necessário desde o início criar condições que permitissem suster e repelir estas acções belicosas, criando guarnições e milícias armadas e sobretudo infra-estruturas amuralhadas que guarnecessem os pontos mais acessíveis das costas insulares.
A ilha Graciosa teve de tirar partido da sua aparente vulnerabilidade; se por um lado os recursos humanos disponíveis eram muito mais limitados do que em ilhas de maior superfície, também é verdade que o esforço dispendido na guarda de uma costa pouco extensa, como é o caso, era menor. Ainda assim o inventário dos fortes da ilha branca ascende a um número bastante significativo, treze, o que por si só exprime a grande ameaça que pairava sobre a sua população. Em verdade são vários os escritos de época sobre ataques piratas e na tradição oral das gentes mais antigas ainda estão bem vivas as estórias dos “mouros” que de tempos a tempos desembarcavam nas costas mais ermas da ilha com o intuito de a saquear. A pirataria foi, mais do que as convulsões tectónicas ou a fúria vulcânica, um dos maiores medos de quem aqui viveu em séculos idos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Nice blog. Thats all.