segunda-feira, julho 16, 2007

Arquitecturas

O "rectângulo" a que se convencionou à oito séculos atrás chamar Portugal é, mesmo na sua pequenez, de uma heterogeneidade espantosa, tão diferente em paisagens e gentes como um país grande. As pessoas do Alto Minho pouco tem a ver com as do Baixo Alentejo, os Beirões diferem em muito dos Algarvios e mesmo assim, embora este nosso bairrismo tão pindérico, quando pegamos num mapa desta "jangada de pedra" sabemos onde estão as fronteiras e de que lado é o estrangeiro...
Os Açores não deixam de ser um retrato do continente, não tanto nos aspectos geográficos, mas sobretudo nos modos... Assim se acreditarmos que a colonização começou em Santa Maria com pessoas vindas do Algarve e chegou ao Corvo com colonos vindos das serranias transmontanas conseguimos descortinar em cada uma das ilhas, tradições e maneiras de ser das gentes vindas das várias regiões do reino.
A Graciosa, ao acreditarmos no anterior pressuposto, estando no centro do arquipélgo deve ter sido colonizada por pessoas vindas do centro do país, do Alto Alentejo, das Beiras. A arquitectura diz o mesmo: as nossas casa são papel-quimico de muitas das casinhas destas regiões; as casas de Santa Maria são tão semelhantes ás do Algarve e Vila Nova do Corvo lembra em todos os seus contornos uma aldeia de xisto de Trás-os-montes, aninhada á sombra de altas fragas (que aqui são de negro basalto).