sexta-feira, julho 10, 2009

Prémio Lemniscata


Este humilde estaminé foi distinguido pelo Basalto Negro, de Paulo Pereira, com o Prémio Lemniscata. A ele um grande obrigado.


E como não convém quebrar a corrente, quero aplaudir o trabalho destes três blogs indígenas e esperar que continuem o excelente trabalho a que já nos habituaram em prol da divulgação deste pequeno torrão branco de terra insular;




terça-feira, julho 07, 2009

Moura Encantada

Parece-me que não há terra do Alentejo onde não se conte a estória de uma Moura Encantada, presa a uma qualquer maldição intemporal, que sussurra a sua infeliz sorte, em noites de lua cheia, a quem a quiser ouvir e se acaba por enredar no seu feitiço. As lendas das Mouras Encantadas lembram-me em todos os seus contornos a nossa lenda da Maria Encantada, também ela condenada a carpir para todo o sempre, as mágoas de uma vida desafortunada.
Se os primeiros povoadores da Graciosa eram originários do Alentejo (Montemor, Portel, Moura, só para nomear alguns dos nomes que tenho como certos), suponho que a Maria Encantada, mais não será do que a transposição da lenda da Moura Encantada para outra realidade. O próprio nome Maria parece surgir como corruptela do termo Moura.
È fácil de acreditar que os povoadores, que trouxeram gado, plantas e utensílios do seu quotidiano, tenham trazido também a mitologia das suas terras de origem para este torrão de terra distante. Embora com o passar dos anos e a chegada de novos povoadores de outras regiões mais setentrionais, a lenda se tenha metamorfoseado naquilo que hoje conhecemos, ela permanece, na sua essência e ponto por ponto, igual às lendas das Mouras Encantadas do Continente.
Paralelismos à parte, ainda há quem ouça a Maria Encantada em noites de luar, a chorar nas encostas da Caldeira. Que assim seja. Para sempre.

domingo, julho 05, 2009

Porto Côvo

O calor varreu a planura ardente do Alentejo e trouxe-me à costa, Porto Côvo, que conheço desde que me lembro de ser gente, mesmo sem nunca lá ter posto os pés antes deste dia, mercê daqueles versos do senhor Carlos Tê, cantados por Rui Veloso, que imortalizaram esta pequena parte de terra e mar do Alentejo.

Revi o mar, saudades de quase seis meses de distância, e estendi-me na areia dourada quase até ao sol se pôr. Só me faltava a laranja…