terça-feira, março 31, 2009

Mértola, num dia de sol...




Fiquei fascinado por Mértola, lá longe, no Alentejo que já cheira a Algarve, num Portugal onde já se sente Espanha. Esta linda vila, debruçada sobre o Guadiana como quem o namora, é dos lugares mais bonitos que vi neste nosso pequeno jardim. Por aqui andaram em séculos idos, outras gentes, outras culturas, mas foram os árabes que aqui deixaram um traço indelével, que se descortina não só nas ruínas , mas também nas ruelas labirínticas, nas escadinhas que vão dar a algum lado, caiadas de branco, a vencer os íngremes do terreno, nas pessoas que ainda trazem no sangue a herança desses nobres antepassados.
Mértola é uma terra com memória, com histórias para contar e com tanto para ver, houvessem muitas mais em Portugal. Vale a pena perdermo-nos aqui.


segunda-feira, março 23, 2009

Rush - Tom Sawyer

Volto sempre aos clássicos dos anos 60 e 70, que tal como um Vivaldi ou um Beethoven, ainda se ouvirão daqui a muitos séculos. Ao fim de um dia de trabalho, é sempre bom ser embalado por Rush....

terça-feira, março 17, 2009

sexta-feira, março 06, 2009

Parabéns à Rádio Graciosa

A Rádio Graciosa está a completar duas décadas de emissões legais, facto assinalável numa ilha com as dimensões da nossa e onde nem sempre terá sido fácil manter uma estação de rádio a funcionar de forma regular. O nosso principal meio de comunicação é também um forte elo de ligação, não só entre os que vivem na ilha, mas também entre os que vivem fora dela, em qualquer parte deste globo e que também merecem um pedaço deste nosso torrão de terra insular. A Rádio Graciosa, mais do que qualquer outro meio de informação, proporciona-lhes isso.
Porque também estou fora da ilha, consulto regularmente o blog da rádio e embora existam alguns blogs sobre Graciosa, nenhum possui a regularidade e a informação imparcial deste verdadeiro serviço público.
Que venham outras tantas décadas e que a nossa Rádio continue no bom caminho!

quinta-feira, março 05, 2009

Fotografias da Graciosa


A Caldeira, pintada a verde, é em qualquer altura do ano um quadro de inegável beleza e o principal cartão de visita da ilha Branca. Não há fotografias ou palavras que descrevam esta paisagem, outrora inferno, hoje pedaço de paraíso.

domingo, março 01, 2009

Apologia do Incenso


Caminhamos a passos largos para a Primavera, a estação mais bonita de todas.

Por esta altura já o Incenso despontou. Aquelas pequenas flores brancas que surgem com vigor por entre a folhagem dessas árvores exalam uma das mais agradáveis fragrâncias que a natureza nos pode oferecer. Nas noites amenas de Março, o cheiro doce das flores de Incenso sente-se por toda a ilha, pena é ser tão efémero e durar poucas semanas. Mas foi sempre ele que anunciou a chegada da Primavera, da renovação de tudo, do verde que assalta os cerrados e os pastos, daqueles dias mais azuis e do céu menos carregado.

Li, já não sei onde, que o Governo Regional pretende pôr em marcha um plano para erradicar as espécies invasoras do espaço insular. Aplaudo a ideia e ainda há uns posts atrás defendi a necessidade de preservamos e zelarmos pela criação de uma mata endémica, como a que os primeiros povoadores vieram encontrar quando cá desembarcaram. Infelizmente o Incenso conta-se entre essas pragas que tomaram de assalto as nossas terras, e que urge erradicar. Pessoalmente, é-me dificil imaginar os montes sem o manto verde de Incenso que os cobre, sempre foi uma árvore da qual gostei, pese o facto de saber que aqui não era o lugar dela, mas os Graciosenses muito lhe devem.

No início do século XIX a Graciosa encontrava-se quase despida de matos, a área agricultada estendia-se até aos cocurutos dos montes, não deixando qualquer espaço para uma mancha florestal relevante. A falta de lenha para os fornos de pão, levou um rico proprietário da ilha a introduzir uma espécie exógena de rápido crescimento, o Incenso, que depressa proliferou. Foi também a partir daí que a famosa industria de telha da Praia se desenvolveu.

Com a introdução do Incenso as necessidades de lenha foram supridas. Quer os fornos de pão, quer os fornos de telha da ilha, até então alimentados essencialmente pelos restos das podas de vinhas e pomares, já podiam contar com um combustível mais potente e em maior abundâcia.

Assim, muito devemos a essa praga, que veio salvar muitas bocas da míngua e ajudou de sobremodo a economia da ilha branca. Nenhuma outra árvore estará tão ligada à nossa História como o Incenso, agora condenado a desaparecer. Se assim for, depressa lhe sentiremos a falta, nem que seja do doce aroma das suas flores que brindam a chegada da Primavera.