quinta-feira, dezembro 31, 2009

Fotografias da Graciosa



Ilhéus de Baixo, no Carapacho

E a todos os Graciosenses, a todos os que leem estas linhas, um bom ano de 2010!

segunda-feira, dezembro 28, 2009

Fotografias da Graciosa


Furna da Maria Encantada, na Caldeira.

sexta-feira, dezembro 25, 2009

Fotografias da Graciosa


Vista da Estrada da Fajã, com a Caldeira ao fundo. Hoje.

...

Tento fugir do frio, do vento gélido que corta a carne, da chuva que não acaba. Tento fugir disso, mas encontro-o aqui. Não há maneira de escapar ao General Inverno. Porra!

domingo, dezembro 20, 2009

Em cada regresso...

Há aqueles segundos de imensa alegria quando o avião, já na placa, se imove e os motores se calam. Pela janela, envoltos em neblina cinza, as linhas mal desenhadas da Serra Branca, da Serra Dormida e da Serra das Fontes. O verde da Faia e do Incenso que se agitam na ventania, verdes que me ferem a vista. As casas, brancas, que se derramam na paisagem. O cheiro da minha terra -nenhuma outra o tem - encontro-o ainda antes da porta se abrir e colocarem a escada. È tão bom voltar.

quinta-feira, dezembro 17, 2009

01:42

Aqui onde estou, a terra acabou de se sacudir. Sentia-a bem. É só o segundo sismo que sinto na vida. Nem pareço açoriano.

segunda-feira, dezembro 14, 2009

domingo, dezembro 13, 2009

quarta-feira, dezembro 09, 2009

Barra - Santa Catarina

Fala-se outra vez do projecto de requalificação da área Barra \ Santa Catarina e da construção da tão aguardada marina. Parece que é mais fácil entendermo-nos quando falamos a mesma língua e, neste caso, pintados da mesma cor do Governo Regional. A requalificação da área circundante à Baía da Barra não me suscita, à partida, qualquer objecção (perdoem-me o pseudo-pretensiosismo), desde que feita com equilíbrio e tendo em conta as características desta zona, por onde passa parte da História da ilha branca. O forte de Santa Catarina, a bateria da Barra, o forno de cal, o Cemitério Judaico, os edifícios relacionados com a caça da baleia e o próprio pesqueiro que deu nome á península que abriga a baía, tem de ficar obrigatoriamente salvaguardados nos projectos elaborados. Não há maneira de fazer ali alguma coisa verdadeiramente útil, se esses projectos não se ancorarem nesses testemunhos históricos, hoje gastos pelo tempo.


Aguardo pelo novo projecto. O projecto que está no site da câmara, roça a megalomania, implicaria a descaracterização irremediável da baía da Barra e uma artificialidade impossível de ocultar. Há que articular, de maneira equilibrada, as estruturas a serem construídas com as pré-existências, as edificadas e as topográficas. Isto requer sensibilidade e boa vontade, mas só assim sairíamos a ganhar. Porque de betão, está o país cheio.

domingo, dezembro 06, 2009

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Fotografias da Graciosa



Rendilhado de currais de vinha, na Zona do Pico Negro, Barro Vermelho e Bom Jesus, vista do GoogleEarth.

domingo, novembro 29, 2009

Alentejo


Se o escutarmos, o Alentejo pode-nos contar uma estória de dor, que se lê no rosto das gerações mais velhas. É história antiga; havia os que tinham a terra e havia os que tinham de trabalhar essa terra. Falaram-me dos homens que todas as manhãs se reuniam na praça à espera que o senhor fosse escolher os mais capazes para trabalhar. E aqueles que levantam a voz, que se revoltavam contra os salários de míngua, que olhassem com desaprovação para os terratenentes, podiam voltar para casa, porque a eles, não havia quem desse trabalho. O silêncio, o ter de calar-se e baixar os punhos era recompensado com poucos tostões, com a rudeza de quem emprega e trata os empregados abaixo de cão. E havia aqueles proprietários que se apropriavam também da vida dos seus empregados. Catarina Eufémia não está sozinha no seu martírio. Aqui, houve aquele senhor que não gostou da maneira como um moço olhava para a sua amante e certa noite, quando a ceifa findava e se esqueciam os tormentos num baile no meio da seara, resolveu a afronta com dois tiros. O moço e a rapariga que tinha por amante tombaram ao coberto da noite. Menos um problema. Esse senhor continuou a sua vida e morreu de velho na cama e consta que nunca lhe tenha pesado a consciência. Um marco em tijolo, pobre e esquecido, assinala o sitio onde se deu esse assassínio. Histórias como estas são mais que muitas. Quando a terra ainda valia muito.

Os tormentos de uma vida de trabalho, criaram laços de solidariedade entre os oprimidos. Zeca Afonso cantou-os na Grândola Vila Morena. Não admira então que o Partido Comunista encontrasse aqui terreno para florescer, invisível, mas fazendo ouvir bem alto a sua voz e fazendo tremer a velha aristocracia latifundiária. Aqui há pouca gente que não tenha tido um familiar nos calabouços da GNR, que não tenha tido problemas com a PIDE, isto, quando as balas dos vampiros não os calavam para sempre.

O Alentejo mudou, como o resto de Portugal. Agora só se temem os campos abandonados e as gentes envelhecidas, que os novos são cada vez menos. As estórias e a História do que foi o Portugal do século XX, do Portugal de gente pobre e presa no medo, que viveu e morreu no meio da seara, arredada do que se passava lá longe na capital, escreveu-se a sangue e suor, neste outro país, além-Tejo.

sábado, novembro 28, 2009

Contas de cabeça

Este ano registaram-se 52 óbitos na Graciosa.

Nascimentos: 22

A diminuição populacional segue a média de anos anteriores. Feitas as contas, a ilha perde entre 30 a 35 habitantes por ano. Não conto com os que saem da ilha para estudar e que por terra alheia ficam. Em cada decénio a Graciosa perde pelo menos 350 habitantes. Daqui a 20 anos, não chegaremos às 4000 pessoas. Em menos de 100 anos e a manter-se esta lógica, na ilha não haverá um milhar de pessoas.

quinta-feira, novembro 26, 2009

Fotografias da Graciosa


Aérodromo da Graciosa, com o Pico do Jardim, o Monte d´Ajuda e a Serra das Fontes em fundo.

domingo, novembro 22, 2009

O Bom, o Mau e o Vilão - Duelo

O "duelo à mexicana" que finaliza a obra mais conhecida de Sergio Leone será, porventura, a cena mais genial que o cinema nos ofereceu. Sou suspeito em dizê-lo; O Bom, o Mau e o Vilão é o meu filme favorito. Depois de o ter visto dezenas de vezes, este verdadeiro bailado, coreografado ao som da magnífica partitura de Ennio Morricone, ainda me deixa o coração aos saltos. Tudo flui na perfeição, desde o andar sincopado dos três protagonistas, os grandes planos cruzados com os pequenos planos, os gestos lentos, o crescendo da musica que nos anuncia um desfecho já esperado. Quase sete minutos de puro génio. Ainda se fazem coisas destas?

sábado, novembro 21, 2009

Hein?

Encontrei este pequeno texto, num blog sobre a ilha. São mais gralhas do que linhas. Novo acordo ortográfico para quê, se ainda há quem não se dê com o velho? (Sim, e eu também cometo erros, mas destes… Deux m livrre).

"Pescinas do Carapaxo Ilha Graciosa 2009
A na nossa ilha temos muitas belezas de muito valor vale a pena vizitar esta pequena ilha cm pouco mais de 4 mil abitantes . Vanha Vizitar a nossa ilha Graciosa"

quarta-feira, novembro 18, 2009

Desenrascanço

Um site de humor americano, cracked.com fez um artigo sobre as dez palavras que mais falta fazem à língua inglesa. Curiosamente, o pódio é ocupado por uma palavra portuguesa: desenrascanço.

«Bakku-shan» é a palavra usada pelos japoneses quando se querem referir a uma rapariga bonita, vista de costas. «Nunchi» é outra das palavras escolhidas. É coreana e é usada para falar de alguém que fala sempre do assunto errado, um género de desbocado ou inconveniente. «Tingo» é uma expressão usada na Ilha da Páscoa, Chile, e significa pedir emprestado a um amigo até o deixar sem nada.

Depois de percorrer duas páginas com explicações das nove «palavras estrangeiras mais fixes que a língua inglesa devia ter», chega-se à número 1: a palavra portuguesa «desenrascanço».

A falta da cedilha não importa para se perceber o que dizem os norte-americanos: «Desenrascanco: a arte de encontrar a solução para um problema no último minuto, sem planeamento e sem meios», explica o site, dando como exemplo a célebre personagem de uma série de televisão: MacGyver.

«O que é interessante sobre o desenrascanço - a palavra portuguesa para estas soluções de último minuto - é o que ela revela sobre essa cultura. Enquanto a maioria de nós [norte-americanos] crescemos sob o lema dos escuteiros «sempre preparados», os portugueses fazem exactamente o contrário», prosseguem os autores.

«Conseguir uma improvisação de última hora que, não se sabe bem como, funciona, é o que eles [portugueses] consideram como uma das aptidões mais valiosas: até a ensinam na universidade e nas forças armadas. Eles acreditam que esta capacidade tem sido a chave da sua sobrevivência durante séculos. E não se ria: a uma dada altura eles conseguiram construir um império que se estendeu do Brasil às Filipinas à custa do desenrascanço», sublinham os autores, terminando o texto: «Que se lixe a preparação. Eles têm desenrascanço», termina o artigo.

Fonte: Revista LUX

terça-feira, novembro 17, 2009

Encontro em Samarra

Certa vez um mercador de Bagdad mandou o seu servo ao mercado comprar provisões. Pouco depois, o servo voltou, branco, a tremer. Disse: “Mestre, agora mesmo, quando estava no mercado, fui empurrado por uma mulher no meio da multidão e ao virar-me vi que fora a Morte quem me empurrara. Ela olhou-me e fez um gesto ameaçador. Empreste-me o seu cavalo, vou cavalgar para bem longe desta cidade, a fim de evitar o meu destino. Irei a Samarra, lá a Morte certamente não me encontrará”.

O mercador emprestou-lhe o seu cavalo. O servo montou, enfiou as esporas nos flancos do animal e, tão rápido quanto este conseguia galopar, partiu. Então o mercador foi até o mercado, viu a morte em pé no meio da multidão, dirigiu-se a ela e disse: “Porque fizeste um gesto ameaçador para o meu servo, quando o viste pela manhã?”
.
“Não fiz nenhum gesto ameaçador”, respondeu a morte, “foi uma reacção de pura surpresa. Fiquei espantada ao vê-lo, aqui, em Bagdad, já que tenho um encontro marcado com ele esta noite, em Samarra”.

segunda-feira, novembro 16, 2009

segunda-feira, novembro 09, 2009

Scorpions - Wind of Change - Red Square Moscow 2003

20 anos depois da queda do muro da vergonha...

quinta-feira, novembro 05, 2009

Rodeiros



Ainda subsistem nalgumas partes da ilha, marcas rasgadas nos afloramentos de basalto, que serviam de caminho aos carros de bois e carroças, que levavam o sustento de quem aqui vivia. Chamam-lhes rodeiros e consistiam em dois sulcos paralelos, separados pela largura de um eixo, com 15 centímetros de largura e fundo regular, onde assentavam as rodas de madeira dos atrelados.
Assim se vencia em tempos idos (muito antes do macadame e do asfalto), as irregularidades de um terreno onde a rocha aflorava e onde pouco mais crescia do que salgueiros e vinha. Por estes caminhos velhos, passavam a chiar os carros de bois carregados de dornas cheias de uvas para os lagares, antes da rede viária da Graciosa ter adquirido os contornos que hoje conhecemos.

quinta-feira, outubro 29, 2009

Fotografias da Graciosa



Tanque - Caminho do Manuel Gaspar, na freguesia de Guadalupe.

Esta é, segundo os autores antigos, uma das mais antigas estruturas de captação de água da ilha branca, sempre carente de tão precioso líquido.

quarta-feira, outubro 28, 2009

Parabéns!



"Estamos no ano 50 antes de Cristo. Toda a Gália foi ocupada pelos romanos... Toda? Não! Uma aldeia povoada por irredutíveis gauleses ainda resiste ao invasor. E a vida não é nada fácil para as guarnições de legionários romanos nos campos fortificados de Babaorum, Aquarium, Laudanum e Petibonum..."

A 29 de Outubro de 1959, a pequena aldeia da Gália cercada pelos Romanos e habitada por excêntricos e irredutíveis heróis, impunha-se indelevelmente no mapa-mùndi da cultura ocidental do século XX.
Foram os primeiros livros que folheei e foi pela mão de Astérix e companhia que me aventurei por terras antigas e me foram apresentadas estranhas, mas verídicas, personagens. Talvez muito do que sou, deva a essas primeiras leituras.
50 anos?! É que não se nota!

quinta-feira, outubro 22, 2009

Ainda a propósito de Alentejo...

Aqui bem perto tombou Catarina Eufémia, que viveu vida anónima, como a de tantas outras ceifeiras, mas morreu como heroína. Morreu a jovem ceifeira, vilmente assassinada, nasceu o seu intemporal mito. Assim se diz. Se fosse noutra parte de Portugal, havia de ser santa e construiriam uma capelinha. Aqui não. A foice e o martelo ergueram-se sobre o chão onde se derramou o seu sangue e Catarina Eufémia tornou-se símbolo maior da luta contra a exploração a que a gente simples estava sujeita todos os dias. Catarina ombreia com os grandes vultos da resistência à ditadura e vive em inúmeras letras, dos homens que cantaram a liberdade. Nunca terá pretendido ser símbolo, nunca terá pretendido inspirar os que ansiavam por liberdade e uma vida digna; Quando foi falar com o homem que minutos depois seria o seu assassino, só queria a justa compensação pelo seu trabalho. Não imaginava que a bala que a calou, iria dar voz a um Alentejo oprimido

terça-feira, outubro 20, 2009

Coisas que me fazem pensar que já estou no Alentejo há tempo demais:


Quando escrevo ...ela Beja em vez de ...ela beija;
Quando ponho "lete" no "caféi";
Quando já não me rio das anedotas sobre alentejanos;
Quando a Serra da Estrela me parece a cordilheira dos Himalaias;
Quando tenho por vizinhos a Sra. Pirocas e o Sr. Franganito e acho isso normal.

segunda-feira, outubro 05, 2009

quinta-feira, outubro 01, 2009

Filmes a (re)ver



Million Dollar Baby. Uma obra prima.

domingo, setembro 27, 2009

...


René Maltête

terça-feira, setembro 22, 2009

Fotografias da Graciosa


O Ilhéu da Baleia, visto de outro ângulo, com formas menos conhecidas do que aquelas que vemos nos postais.

segunda-feira, setembro 21, 2009

Adeus Verão...

Outro Verão que passou.
Para o próximo, que tenhamos pelo menos uma bandeira azul na nossa costa;
Que as obras da Furna do Enxofre e das Termas do Carapacho já tenham terminado;
Que alguém da Comissão de Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, se lembre de fazer regressar os "grandes" concertos à praça de Santa Cruz;
Que tenhamos um serviço marítimo de transportes de passageiros inter-ilhas, que se assemelhe vagamente a um serviço maritimo de transporte de passageiros inter-ilhas... (E assim de repente, dá-me uma branca..................)
Ah! E que São Pedro não seja tão carrancudo.

Dixit

domingo, setembro 20, 2009

terça-feira, setembro 15, 2009

Porto Afonso





Ou Afonso do Porto, por estas terras queimadas terem sido pertença de alguém com esse nome e essa origem. O Porto Afonso é um dos sítios mais extraordinários da Graciosa. E em dias de bom tempo, o mais bonito. É metade mar, metade rocha calcinada pelo vulcão. Esculpido pelo vento, pela água e pelos Homens, pintado em tons de vermelho e negro vulcânico. Não é difícil aqui chegar, de carro, de bicicleta ou a pé. Às vezes é difícil é daqui sair.

Esta baía recôndita, de águas transparentes, domínio de garajaus que enchem o céu nos dias de verão, possui um pequeno cais e uma dezena de abrigos para os barcos, escavados na bagaça da falésia. A falésia, a pique sobre a baía, é imponente e ameaçadora. As pedras que se soltam desta parede e caem cá em baixo assustam e podem aleijar. Essa é uma das razões para a maior parte dos abrigos terem sido abandonados. Dentro destes túmulos, apodrecem os esqueletos de velhos barcos de boca aberta, ladeados por um espólio poeirento de caixas, redes e canas de pesca, memórias de um passado cada vez mais distante.

Ao longe, os contornos bem definidos de São Jorge, desenham-se sobre o Atlântico azul. Quase que poderíamos lá chegar a nado. Mais perto, a Ponta Branca e o fim da terra. Imagino esta baía abrigo de piratas, que sulcavam estes mares em busca de presa fácil.
Não é difícil imaginar que aqui tenham aportado, resguardados da nortada e longe da boca dos canhões que guardavam a costa, fazendo contas à vida e engendrando outras piratarias.

Todos os anos, pelo dia de Maio, a família enroscava-se por debaixo das arribas, então risonhas, um grande farnel e por ali ficávamos. Não sei se ainda hoje há muita gente a fazer isso naquele lugar, que sempre que lá vou, me parece abandonado de séculos. Mas o estar vazio de vida, á excepção dos garajaus, das gaivotas e das cagarras, realça este quadro de encanto. Porto Afonso…

domingo, setembro 13, 2009

A Captura e a Morte

Às cinco horas da tarde.
Eram cinco da tarde em ponto.
Um menino trouxe o branco lençol
às cinco horas da tarde.
Uma esporta de cal já prevenida
às cinco horas da tarde.
O mais era morte e somente morte
às cinco horas da tarde.

O vento levou os algodões
às cinco horas da tarde.
E o óxido semeou cristal e níquel
às cinco horas da tarde.
Já lutam a pomba e o leopardo
às cinco horas da tarde.
E uma coxa por um chifre destroçada
às cinco horas da tarde.
Começaram os sons do bordão
às cinco horas da tarde.
Os sinos de arsênico e a fumaça
às cinco horas da tarde.
Nas esquinas grupos de silêncio
às cinco horas da tarde.
E o touro com todo o coração, para frente!
às cinco horas da tarde.
Quando o suor de neve foi chegando
às cinco horas da tarde,
quando a praça se cobriu de iodo
às cinco horas da tarde,
a morte botou ovos na ferida
às cinco horas da tarde.
Às cinco horas da tarde.
Às cinco em ponto da tarde.

Um ataúde com rodas é a cama
às cinco horas da tarde.
Ossos e flautas soam-lhe ao ouvido
às cinco horas da tarde.
Por sua frente já mugiu o touro
às cinco horas da tarde.
O quarto se irisava de agonia
às cinco horas da tarde.
De longe já se aproxima a grangena
às cinco horas da tarde.
Trompa de lírio pelas verdes virilhas
às cinco horas da tarde.
As feridas queimavam como sóis
às cinco horas da tarde.
e as pessoas quebravam as janelas
às cinco horas da tarde.
Às cinco horas da tarde.
Ai que terríveis cinco horas da tarde!
Eram as cinco em todos os relógios!
Eram cinco horas da tarde em sombra!


Federico Garcia Lorca

domingo, setembro 06, 2009

Fotografias da Graciosa





O Calhau Miúdo proporciona, em dias de calmaria, excelentes fotos. Ao longe, o Farol da Ponta da Barca, guarda o Atlântico adormecido.

quarta-feira, setembro 02, 2009

Qualquer coisa sobre a Gripe A

Ainda resisti durante algum tempo a fazer comentários a esta coisa a que se chama Gripe A e que já se manifestou na nossa ilha, mas dado o solene comunicado do nosso Centro de Saúde, não posso deixar de transcrever uma das suas passagens, que pelo seu conteúdo quase apocalíptico, me lembra aquele outro fim do mundo que o nosso Nobel da Literatura tão bem descreveu no Ensaio Sobre a Cegueira:

“(…)Devemos antes ter a noção de que em caso de catástrofe e pandemias, todos os recursos e instalações serão necessários e poderemos chegar a situações em que pavilhões, escolas, igrejas, etc, possam ser necessários para prestar serviços de saúde.”

Estas três linhas, como tantas outras coisas que já se escreveram sobre esta gripe, poderiam muito bem figurar no livro de Saramago. Agora digo (e foi esta a ideia que me ficou da leitura dessas páginas e do que tenho visto nas noticias sobre o assunto) que a doença que mais devemos temer não é a Gripe A… É a estupidez.

terça-feira, setembro 01, 2009

Efemérides


Passam hoje 70 anos da invasão da Polónia pela Alemanha de Hitler. Quando as feridas profundas da grande guerra de 1914-1918 não haviam sequer cicatrizado, a Europa - e depois o mundo - mergulhavam noutra era de trevas.

Que todos nós nos envergonhemos de ter vivido no mesmo século desses homens, que traçaram a sangue o destino de milhões de vidas.

segunda-feira, agosto 31, 2009

quinta-feira, agosto 27, 2009

Por terras da Mêda...


Aproveito o que me resta das férias para passear, em boa companhia, por terras da Mêda. Aqui, o Castelo de Marialva e a aldeia antiga, são visitas obrigatórias...

terça-feira, agosto 18, 2009

Partida

Ao fim de tantas partidas, perdemos a noção das viagens.
Mas a ilha continuará aqui, igual na sua essência ao que sempre foi, que isto de ir e vir não desgasta a pedra, só a pessoa. E a pessoa anseia por outro regresso, alforriado do relógio que a escraviza. A ilha não sabe o que é um relógio, mas a pessoa sente-o, como se os ponteiros lhe rasgassem a carne e a paciência como lanças. Adeus.

Post-Scriptum: Trago na bagagem uma boa companhia, A GRACIOSA ILHA de José Nascimento Àvila e Victor Rui Dores, livro que devorei logo no dia em que o comprei. Excelente.

segunda-feira, agosto 10, 2009

Fotografias da Graciosa

Os abrigos dos pescadores do Porto Afonso, escavados na bagaça da falésia, para guardarem os barcos e os aprestos, parecem minúsculos a esta escala.
E á medida que os elementos naturais desgastam a falésia e a fragilizam, os abrigos revelam-se autênticas armadilhas. Por isso estão quase todos abandonados, assombrados por barcos e redes comidas pelo sal e pelo tempo.

domingo, agosto 09, 2009

Verão?



O sol insiste na sua timidez e os nevoeiros e as nuvens cor de chumbo insistem em visitar-nos todos os dias. E depois há aquela morrinha que nem chega a ser chuva, que molha e não molha. Há o mar que não chega a ser azeite e se agita como no Inverno. No Verão de outros tempos, parece que todos os dias eram dias de sol. Hoje não. Verão esquisito.

terça-feira, agosto 04, 2009

Fotografias da Graciosa


Farol da Ponta da Barca, sobre o Atlântico e com terra, queimada pelo fogo vulcânico, atrás.

domingo, agosto 02, 2009

Lugar / Não-lugar

Assisti, há alguns anos atrás, a uma conferência do antropólogo Francês Marc Augé, subordinada a um conceito que, na altura, me pareceu bastante ambíguo; os não-lugares. Os não-lugares são sítios de passagem, onde não se consegue estabelecer relações de afinidade (seja com o espaço físico, seja com as pessoas que por lá passam), desprovidos de uma identidade que vai muito para lá da sua designação funcional.
Eis-me agora, desde ontem, num não-lugar paradigmático, um aeroporto. Este é o espaço mais frio e mais desprovido de identidade que se possa imaginar. È impossível fazer destes espaços assépticos, lugares confortáveis. Existem enquanto realidade física, (paredes, tecto, cadeiras, balcões), mas falta-lhes a “humanidade” que enche os lugares. Detesto aeroportos.

sexta-feira, julho 10, 2009

Prémio Lemniscata


Este humilde estaminé foi distinguido pelo Basalto Negro, de Paulo Pereira, com o Prémio Lemniscata. A ele um grande obrigado.


E como não convém quebrar a corrente, quero aplaudir o trabalho destes três blogs indígenas e esperar que continuem o excelente trabalho a que já nos habituaram em prol da divulgação deste pequeno torrão branco de terra insular;




terça-feira, julho 07, 2009

Moura Encantada

Parece-me que não há terra do Alentejo onde não se conte a estória de uma Moura Encantada, presa a uma qualquer maldição intemporal, que sussurra a sua infeliz sorte, em noites de lua cheia, a quem a quiser ouvir e se acaba por enredar no seu feitiço. As lendas das Mouras Encantadas lembram-me em todos os seus contornos a nossa lenda da Maria Encantada, também ela condenada a carpir para todo o sempre, as mágoas de uma vida desafortunada.
Se os primeiros povoadores da Graciosa eram originários do Alentejo (Montemor, Portel, Moura, só para nomear alguns dos nomes que tenho como certos), suponho que a Maria Encantada, mais não será do que a transposição da lenda da Moura Encantada para outra realidade. O próprio nome Maria parece surgir como corruptela do termo Moura.
È fácil de acreditar que os povoadores, que trouxeram gado, plantas e utensílios do seu quotidiano, tenham trazido também a mitologia das suas terras de origem para este torrão de terra distante. Embora com o passar dos anos e a chegada de novos povoadores de outras regiões mais setentrionais, a lenda se tenha metamorfoseado naquilo que hoje conhecemos, ela permanece, na sua essência e ponto por ponto, igual às lendas das Mouras Encantadas do Continente.
Paralelismos à parte, ainda há quem ouça a Maria Encantada em noites de luar, a chorar nas encostas da Caldeira. Que assim seja. Para sempre.

domingo, julho 05, 2009

Porto Côvo

O calor varreu a planura ardente do Alentejo e trouxe-me à costa, Porto Côvo, que conheço desde que me lembro de ser gente, mesmo sem nunca lá ter posto os pés antes deste dia, mercê daqueles versos do senhor Carlos Tê, cantados por Rui Veloso, que imortalizaram esta pequena parte de terra e mar do Alentejo.

Revi o mar, saudades de quase seis meses de distância, e estendi-me na areia dourada quase até ao sol se pôr. Só me faltava a laranja…

segunda-feira, junho 29, 2009

domingo, junho 14, 2009

Mar


Este mar é diferente de todos os outros Atlânticos e de todos os outros mares. Conheceria este azul, esta braveza contida pelo horizonte e pelo céu, em qualquer parte do mundo. O nosso Atlântico Açoriano (tão nosso como nós somos dele) , que amedronta nas noites escuras de Inverno e faz-se chão nas tardes quentes de Verão, é o mais belo pedaço de azul do mundo.

sábado, junho 13, 2009

Antonio variações

25 anos depois da sua morte, António Variações continua ainda a fazer todo o sentido, nas suas letras, na sua maneira de ser, na cor que trouxe a um Portugal pintado a negro e que ficou cativado com esta personagem e com as verdades que cantava.

sexta-feira, junho 12, 2009

terça-feira, junho 09, 2009

Perrexil

E porque já cheira a Verão, a mar e a sal, a lapas e a caranguejos cozidos, a peixe frito e a milhanga, em mesas bem postas não podem faltar estas folhas que, por esta altura, pontuam de verde as rochas escuras à beira-mar e nos podem acompanhar o resto do ano.

sexta-feira, maio 29, 2009

Andanças: Sintra


Lord Byron escreveu em séculos idos que Portugal não merecia Sintra. Certamente pelo luxo dos palacetes e pelo fausto da aristocracia que lá se refugiava, contrastar violentamente com o resto do Portugal maltrapilho. Mas também pela paisagem bucólica da Serra, bem ao gosto dos Românticos do século XIX, vestida pelo verde do arvoredo, por onde se ocultam caminhos e veredas que proporcionam belos passeios, até cá acima, ao Castelo dos Mouros e ao Palácio da Pena.

quarta-feira, maio 13, 2009

O Movimento continua...

Alguém, cujo nome não me ocorre, escreveu que a melhor maneira de aferir o nível cultural de um povo, é olhando para a maneira como tratam os seus animais. Se nos dias que correm, ainda há milhares de pessoas que se debruçam sobre a arena para ver um animal a ser maltratado sem aparente razão, se os deputados que os representam se ocupam destas discussões atávicas, que nem sequer deveriam ser discutidas, então significa que algo vai muito mal dentro da cabeça de muita boa gente.
Não sou contra a Sorte de Varas, só acho é que os bovídeos picados deviam ser outros...

segunda-feira, maio 11, 2009

Dia de Luta


Assim diria António Aleixo:
Vejo tanto burro a mandar
Em Homens de inteligência
Que ás vezes me ponho a pensar
Se a burrice não será ciência?

Sorte (?) de Varas

È lamentável que se queira fazer das nossas arenas, palco para esta atrocidade.

A picar, picava todos aqueles senhores deputados que, tendo sido eleitos com o nosso voto, querem aprovar esta manifesta prova de estupidez.

Dia de Luta


segunda-feira, maio 04, 2009

quarta-feira, abril 29, 2009

Rotunda


A febre das rotundas, que desde há alguns anos grassa neste nosso Portugal, passaria um pouco despercebida se os nossos edis não insistissem em chapar nessas rotundas com um qualquer monumentozeco que, regra geral, atenta contra o bom-senso e o bom-gosto. Há rotundas implantadas em sitíos ridiculos, mas haverão muitas mais ornadas com berloques ridiculos.
A há muito falada rotunda do Largo Vasco da Gama, no centro da Vila de Santa Cruz, não irá fugir a esta moda tão Tuga de homenagear não-sei-o-quê nesses espaços tão sui-generis. E para não fugir à lei, um monumento com uma tremenda falta de bom gosto e que em nada se enquadra no perfil urbano da vila. Penso que para OVNI urbano já nos bastava o novo Museu. Agora apanhamos com dois de rajada. Sem dó.
Às vezes fazer o simples é mais complicado e estas opções vistosas garantem sempre o poder dizer-se que há obra feita.


Meus senhores, o nosso dinheirinho não podia ser mais bem gasto?
Haja bom senso!

segunda-feira, abril 27, 2009

sábado, abril 25, 2009

terça-feira, abril 21, 2009

Fotografias da Graciosa

A praça de touros do Monte d´Ajuda, na cratera que se debruça sobre a vila de Santa Cruz.

Filmes a (re)ver


Um filme genial a todos os níveis, belo e horrível, terno e violento, mas sempre equilibrado.
Consta que de Hollywood sairá em breve o remake desta obra Sul Coreana. Como é que se fazem remakes de filmes perfeitos?

domingo, abril 19, 2009

Tourada

Corrida na Ribeirinha, 1998

As touradas à corda são parte importante das tradições populares desta terra e não há festa onde não se incluam uma ou duas corridas de touros, que conseguem mobilizar centenas e centenas de pessoas, oriundos da ilha e não só. O touro dá o mote à festa, mas nem só dele ela se faz; os menos afoitos começam cedo a guardar o lugar mais seguro para ver o bicho correr, levam merenda e muita conversa, há que fazer passar o tempo até o touro sair . Os outros, que pouco se importam com as marradas e as dores no corpo, entretem-se na tasca até à hora do primeiro foguete.


O reboliço dos pastores à volta dos caixotes que encerram os animais, faz adivinhar o início da corrida. De quando em vez uma patada mais forte na madeira, estremece o caixote. O foguete rebenta no ar e ecoa ao longe. Adrenalina. A porta é levantada e é uma correria de gente rua acima, a fugir do touro que se precipita rente às paredes dos cerrados e limpa-as. Um moço capeia o animal. Palmas para o toureiro. O touro toma balanço e salta uma parede de pedra. As pessoas ali sentadas atiram-se para o caminho ou desaparecem, aflitas, pelo cerrado de milho adentro. Este Saltador, ainda consegue apanhar um homem que não conseguiu fugir a tempo. Gritos antes sequer do touro lhe tocar. Eleva-o no ar e ele cai de cu, antes que o touro tenha tempo de nova investida, o homem levanta-se e foge atordoado. Gargalhadas. Os pastores puxam a corda e metem o bicho no caixote. Foguete. A rua é inundada pela multidão, ouve-se touro em todas as conversas, com pipocas, tremoços e cerveja pelo meio. A corrida ainda agora começou, a festa brava há-de continuar.

quinta-feira, abril 16, 2009

Lindo Douro

O Douro, perto de Almendra.

Uns dias passados na confortável pacatez do Alto Douro, lá para os lados de Vila Nova de Foz Côa, são sempre aproveitados para passear e deslumbrar-me com esta paisagem sublime, onde cada monte, cada meandro do Douro, cada aldeia antiga, pintam quadros de uma beleza singular. Andei o dia todo com a minha (fraquinha) máquina fotográfica em punho, perdi a conta aos centos de fotos que tirei. Fiquei desiludido ao ver o resultado final, não por ser um fotógrafo medíocre (e sou), mas por não haverem fotografias que consigam captar a majestosa perfeição desta terra. Só os olhos e o coração.

João Marcelino in DN OPINIÃO

Confesso: também frequento o twitter, de vez em quando, à procura de ideias interessantes, e de notícias, mas o que ali vejo predominar por enquanto é o egocentrismo, a vaidade mal disfarçada, e, imagino, muito problema de solidão. Já que me deram o pretexto, aproveito: faz-me confusão ver pessoas com responsabilidades - no jornalismo, na política, em muitas áreas da vida social portuguesa - a discutirem em público temas tão interessantes como o exame da próstata, a informarem-nos sobre o que comem, a dizerem aos seus fanáticos e devotos "seguidores", que cultivam com evidente gozo e em orgulhosa competição, onde estão e o que fazem. Sinceramente, respeito mas não gosto. Em definitivo, só estranho que estas novas estrelas do big brother twitter, algumas das quais se rebelaram na altura contra o tabloidismo de determinados formatos televisivos, chafurdem agora no mesmo mundo, oco e exibicionista, ainda por cima de borla. O José Castelo Branco, ao menos, fazia-se pagar pelas rábulas. E às vezes tinha graça, o que não é de somenos.

http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1191519&seccao=Jo%E3o%20Marcelino&tag=Opini%E3o%20-%20Em%20Foco

segunda-feira, abril 13, 2009

Estranha forma de construir

Foto de A. Brum Ferreira

Os centros urbanos, independentemente do seu cunho histórico, não são imutáveis. São um organismo vivo, em contínua construção e desconstrução, numa infindável multiplicidade de formas e feitios, verdadeiro palimpsesto construído por quem os habita ou habitou. Assim a leitura destas realidades, construídas ao longo dos tempos, será sempre relativa. Se há quem veja os centros históricos como um santuário onde se perpetua a realidade de um passado mais ou menos distante, também há quem veja, por detrás de fachadas eruditas, tectos de telha de meia cana e dos cunhais finamente lavrados na pedra dura, mil e uma maneiras de cortar com a tradição e deixar marca indelével na paisagem urbana, com todas as implicações que daí possam advir. Estas letras, não poderiam deixar de referir-se, claro está, ao projecto de ampliação do Museu da Graciosa.

A obra de ampliação do Museu gerou polémica no seio da comunidade Graciosense por se tratar de um projecto dissonante da restante arquitectura da vila de Santa Cruz, classificada e de construção condicionada. Nem mesmo as alterações efectuadas a posteriori ao projecto, aliviaram as enormes diferenças entre o novo edifício e os pré-existentes.

Pessoalmente, discordo da opção arquitectónica adoptada, embora lhe reconheça algum valor, mas acima de tudo, temo que isso abra precedentes que possam pôr em causa integridade e a harmonia de um centro histórico de matiz erudita e o transfigure irremediavelmente. As casas nobres do centro de Santa Cruz, debruadas a cantaria de basalto, de portas vetustas e telhados antigos, correrão o risco de se verem sujas pelo betão, pelas janelas e portas em alumínio, pela telha marselhesa e por demais facilitismos construtivos que a contemporaneidade pôs ao nosso dispor.

Seria decerto mais consensual, construir um edifício que respeitasse o património edificado e nele se integrasse, com elementos arquitectónicos que reflectissem a realidade local e não um conjunto de paredes em betão amorfas e que nada nos dizem. Poderíamos estar a enganar as gerações futuras com marcas que não são as do nosso tempo, mas ao menos não enganávamos a memórias das gentes que com o seu árduo e exímio labor nos legaram esta bela vila.

sexta-feira, abril 10, 2009

domingo, abril 05, 2009

...

Ainda há quem teime em escrever ilha da Graciosa em vez de ilha Graciosa e Graciocenses em vez de Graciosenses.
Rai´s parta os buros...

terça-feira, março 31, 2009

Mértola, num dia de sol...




Fiquei fascinado por Mértola, lá longe, no Alentejo que já cheira a Algarve, num Portugal onde já se sente Espanha. Esta linda vila, debruçada sobre o Guadiana como quem o namora, é dos lugares mais bonitos que vi neste nosso pequeno jardim. Por aqui andaram em séculos idos, outras gentes, outras culturas, mas foram os árabes que aqui deixaram um traço indelével, que se descortina não só nas ruínas , mas também nas ruelas labirínticas, nas escadinhas que vão dar a algum lado, caiadas de branco, a vencer os íngremes do terreno, nas pessoas que ainda trazem no sangue a herança desses nobres antepassados.
Mértola é uma terra com memória, com histórias para contar e com tanto para ver, houvessem muitas mais em Portugal. Vale a pena perdermo-nos aqui.


segunda-feira, março 23, 2009

Rush - Tom Sawyer

Volto sempre aos clássicos dos anos 60 e 70, que tal como um Vivaldi ou um Beethoven, ainda se ouvirão daqui a muitos séculos. Ao fim de um dia de trabalho, é sempre bom ser embalado por Rush....

terça-feira, março 17, 2009

sexta-feira, março 06, 2009

Parabéns à Rádio Graciosa

A Rádio Graciosa está a completar duas décadas de emissões legais, facto assinalável numa ilha com as dimensões da nossa e onde nem sempre terá sido fácil manter uma estação de rádio a funcionar de forma regular. O nosso principal meio de comunicação é também um forte elo de ligação, não só entre os que vivem na ilha, mas também entre os que vivem fora dela, em qualquer parte deste globo e que também merecem um pedaço deste nosso torrão de terra insular. A Rádio Graciosa, mais do que qualquer outro meio de informação, proporciona-lhes isso.
Porque também estou fora da ilha, consulto regularmente o blog da rádio e embora existam alguns blogs sobre Graciosa, nenhum possui a regularidade e a informação imparcial deste verdadeiro serviço público.
Que venham outras tantas décadas e que a nossa Rádio continue no bom caminho!

quinta-feira, março 05, 2009

Fotografias da Graciosa


A Caldeira, pintada a verde, é em qualquer altura do ano um quadro de inegável beleza e o principal cartão de visita da ilha Branca. Não há fotografias ou palavras que descrevam esta paisagem, outrora inferno, hoje pedaço de paraíso.