domingo, maio 13, 2012

Cinema

Sou um cinéfilo, não daqueles que devora cinema todos os dias, mas tento escolher os filmes que, á partida, sei que vou gostar. Posto isto, e sem pretensões a crítico de cinema, este texto constitui-se como uma pequena lista dos meus filmes preferidos e dos quais me lembro quase todos os dias :


A Trilogia O Padrinho 


Se Francis Ford Coppola só tivesse realizado O Padrinho, entraria imediatamente para a história do cinema. Felizmente brindou-nos com mais umas quantas obras primas.
Os três filmes são um fresco genial sobre a história de uma família, quase igual a tantas outras, que caminha entre a luz e a sombra, como tão bem soube representar Al Pacino, esse Michael Corleone que ora anjo, ora demónio, repele e destrói aqueles que mais ama.
O primeiro filme é colossal, dominado pela icónica figura de Don Vito Corleone (um gigante Marlon Brando) mas a Parte II é provavelmente a maior obra prima do cinema da segunda metade do Século XX, com um exímio argumento e interpretações soberbas. Ainda que o terceiro e último tomo desta saga esteja uns furos abaixo dos dois primeiros filmes, não deixa também ele de ser magnífico. 


O Bom, o Mau e o Vilão


Quem nunca viu o filme, conhece a música e associa-a imediatamente ao velho Oeste. Sergio Leone, tratou de desconstruir a mitologia americana, dando-lhe uma nova roupagem e matando definitivamente a imagem desse cowboy virtuoso, tipificado por John Wayne em dezenas de filmes.
Aqui, o Oeste é sujo e caótico e cada personagem é mais sacana do que a outra. Não deixa de ser um Oeste irreal, estilizado em todos os seus pontos pela câmara lenta do realizador Italiano, com personagens que parecem interpretar uma ópera.
O Bom, o Mau e o Vilão é um prodígio da realização e lançou os cânones para tantos outros filmes que se fizeram desde então, permanecendo actual, mesmo para os padrões da Hollywood de hoje. E aquele duelo final, bailado por três personagens, é qualquer coisa de sublime.


A Vida de Brian 


Os Monty Python elevaram a fasquia no que toca a fazer humor. E desde então poucos, ou nenhuns, os superaram . A Vida de Brian é o seu segundo filme, uma viagem pela Judeia do Século I, onde nasceu um rapaz chamado Brian que, contrariado, é chamado do Messias por uns quantos crentes, desesperados por alguém que lhes mostre o caminho. 
A igreja Católica reprovou o filme quando foi lançado por acreditar que ataca a figura de Jesus, mas essa não foi a intenção do grupo. O filme parodia a forma em como as pessoas acreditam em algo (mais ou menos metafísico) e é essa a sua genialidade, do primeiro ao último minuto. Always look on the bright side of life.


2001 - Odisseia no Espaço


Podia escolher qualquer outro filme de Stanley Kubrick, mas esta obra parece-me ser representativa do seu génio. Uma longa viagem no tempo e no espaço, sobre a natureza humana e sobre como a maldade, íntrinseca á natureza humana, se propaga como um vírus em seu redor. E um final, com direito a muitas interrogações. Dizer que o filme é genial, é pouco.


Oldboy - Velho Amigo


Este filme atingiu-me como um soco.  Uma história que tem tanto de horrendo como de belo e uma realização magistral. Ainda hoje me delicio com a maneira sublime de contar uma história tão crua. Em Hollywwod preparam um remake, mas como é que se fazem remakes de filmes perfeitos?


Roma (Série)


Ainda que não se enquadre no critério Cinema, resolvi pôr esta série nesta lista porque as suas qualidades cinematográficas são por demais evidentes.
Roma elevou a fasquia no que toca a fazer séries de época. O argumento de Roma é bem actual; uma história de luta pelo poder e sobretudo sobre os caminhos, quase sempre sombrios, que a ele conduzem. 
Mais do que uma história sobre soldados, é uma história sobre mulheres, sobre dominae que conspiram, manipula, mentem e, assim, traçam a sangue os destinos de Roma.

Fotografias da Graciosa


Serra das Fontes e a velhinha casa do guarda do reservatório.