quinta-feira, outubro 22, 2009

Ainda a propósito de Alentejo...

Aqui bem perto tombou Catarina Eufémia, que viveu vida anónima, como a de tantas outras ceifeiras, mas morreu como heroína. Morreu a jovem ceifeira, vilmente assassinada, nasceu o seu intemporal mito. Assim se diz. Se fosse noutra parte de Portugal, havia de ser santa e construiriam uma capelinha. Aqui não. A foice e o martelo ergueram-se sobre o chão onde se derramou o seu sangue e Catarina Eufémia tornou-se símbolo maior da luta contra a exploração a que a gente simples estava sujeita todos os dias. Catarina ombreia com os grandes vultos da resistência à ditadura e vive em inúmeras letras, dos homens que cantaram a liberdade. Nunca terá pretendido ser símbolo, nunca terá pretendido inspirar os que ansiavam por liberdade e uma vida digna; Quando foi falar com o homem que minutos depois seria o seu assassino, só queria a justa compensação pelo seu trabalho. Não imaginava que a bala que a calou, iria dar voz a um Alentejo oprimido

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