quarta-feira, novembro 18, 2009

Desenrascanço

Um site de humor americano, cracked.com fez um artigo sobre as dez palavras que mais falta fazem à língua inglesa. Curiosamente, o pódio é ocupado por uma palavra portuguesa: desenrascanço.

«Bakku-shan» é a palavra usada pelos japoneses quando se querem referir a uma rapariga bonita, vista de costas. «Nunchi» é outra das palavras escolhidas. É coreana e é usada para falar de alguém que fala sempre do assunto errado, um género de desbocado ou inconveniente. «Tingo» é uma expressão usada na Ilha da Páscoa, Chile, e significa pedir emprestado a um amigo até o deixar sem nada.

Depois de percorrer duas páginas com explicações das nove «palavras estrangeiras mais fixes que a língua inglesa devia ter», chega-se à número 1: a palavra portuguesa «desenrascanço».

A falta da cedilha não importa para se perceber o que dizem os norte-americanos: «Desenrascanco: a arte de encontrar a solução para um problema no último minuto, sem planeamento e sem meios», explica o site, dando como exemplo a célebre personagem de uma série de televisão: MacGyver.

«O que é interessante sobre o desenrascanço - a palavra portuguesa para estas soluções de último minuto - é o que ela revela sobre essa cultura. Enquanto a maioria de nós [norte-americanos] crescemos sob o lema dos escuteiros «sempre preparados», os portugueses fazem exactamente o contrário», prosseguem os autores.

«Conseguir uma improvisação de última hora que, não se sabe bem como, funciona, é o que eles [portugueses] consideram como uma das aptidões mais valiosas: até a ensinam na universidade e nas forças armadas. Eles acreditam que esta capacidade tem sido a chave da sua sobrevivência durante séculos. E não se ria: a uma dada altura eles conseguiram construir um império que se estendeu do Brasil às Filipinas à custa do desenrascanço», sublinham os autores, terminando o texto: «Que se lixe a preparação. Eles têm desenrascanço», termina o artigo.

Fonte: Revista LUX

1 comentário:

Marisa disse...

Cada um como cada qual... não podemos ser todos iguais.