terça-feira, junho 20, 2006

A Fajã da Serra Branca

Estas casas que se derramam na encosta da serra, quebrando a monotonia do xadrez de pastos e cerrados, lembram as aldeias Transmontanas, adormecidas á sombra dos cumes mais altos da serrania, rasgada a espaços por fragas de granito. Aqui a pedra é o basalto, é ele que rompe as encostas da serra e é com ele que se ergue tudo o que é parede...
A aldeia está muda. Custa a crêr que já viveu aqui alguém. As casa são meros esqueletos de pedra queimada pelo fogo vulcânico e os caminhos ladeados de silvas e fetos secos só servem de passagem, de tempos a tempos, a tractores barulhentos. Já não há ninguém aqui...
Ali á frente o verde da serra despenha-se no azul do Atlântico mudo... aqui o mar vê-se mas não se ouve, não se sente. Esta imensidão de água bem poderia ser um prolongamento da terra e destes montes que a diferença era pouca; o mar estava tão longe das gentes que aqui viviam como estava de um Transmontano...

Sem comentários: