terça-feira, junho 13, 2006

A Importância de se chamar Graciosa...

Inicio aqui uma série de artigos sobre os 5 séculos de história da ilha Graciosa...

Gaspar Frutuoso nas suas "Saudades da Terra", Livro VI, a páginas tantas, diz a propósito do nome Graciosa:
(...) Chamando-lhes todos ilha Graciosa, porque o é na vista que tem, verde e quase chã, e pouco montuosa, e tal apareceu aos que este nome lhe puseram, pela ver tão bem assombrada e quase rasa, sem montes altos e grandes e vulcão, nem carranca como tem outras ilhas (...)
Se duvidas houvessem acerca do porquê do nome desta porção de terra rodeada de Atlântico, são desfeitas neste parágrafo pelo eminente historiador. Não há, não pode haver, outra explicação para o nome desta ilha, que ao contrário das suas oito irmãs nunca recebeu nome de santo. Para compreendermos e darmos razão ao cronista Frutuoso basta olharmos a Graciosa do mar, tal como as primeiras gentes que a vieram povoar; uma ilha onde as falésia não metem medo e as névoas raramente encerram o cume dos montes, sempre discretos: até o minúsculo Corvo possui uma altitude máxima superior á da Graciosa...
O porquê de nunca ter tido nome de santo ou santa, nem mesmo por um curto período, é também a meu ver fácil de responder: a palavra Graciosa tinha para os antigos uma conotação religiosa e era imediatamente associada á virgem Maria, a mesma que já dera nome a outra ilha, e que era, tal como se reza, "...cheia de Graça..." o mesmo será dizer: Graciosa.
Assim o é esta ilha, Graciosa graciosa, desde o século XV até aos dias de hoje...

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