quarta-feira, janeiro 21, 2009

Frio e afins



Hoje a planura do Baixo Alentejo acordou coberta de geada, um manto branco, rasgado aqui e ali, pela copa pesada de um velho sobreiro. Quadros como este só os tinha visto em Trás-os-Montes e nas Beiras, nas serranias onde o frio mata e onde uma boa lareira vale por tudo. Para alguém que, como eu, cresceu em climas mais amenos, estes dias de inverno são uma tortura, suponho que para os Alentejanos, habituados a temperaturas mais elevadas do que estes -3 que o termómetro marcava, também.

Aqui onde estou, logo que de tarde os raios de sol começam a aquecer as ruas frias e o branco das paredes, os mais velhos aparecem e sentam-se nos bancos que ladeiam os caminhos, em frente às habitações, falam de tudo e ficam por ali, porque aqui o ponto de encontro não é a tasca nem o centro de dia. A rua é o mais social, o mais simples (e paradoxalmente o mais complexo) de todos os espaços e, aqui no Alentejo, mesmo em dias menos generosos, é fácil constatar isso.

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