quinta-feira, novembro 09, 2006

A propósito de Mar...

"O Graciosense comporta-se como um homem do continente, um homem do Ribatejo vinícola e ganadeiro mas sem o veio de um rio grande e inundadiço.
Na Graciosa não se veem gaivotas nem se ouve o crocitar lugúbre dos cagarros. Em Santa Cruz sentimo-nos como se estivessemos numa Golegã sem as araucárias da praça!"
Almeida Langhans in "Oficios Antigos Subsistentes nas Ilhas dos Açores- Graciosa"
Poderá a insularidade ser somente uma condicionante geográfica? Seremos nós menos ilhéus do que o resto dos Açorianos? O mar que moldou estas rochas negras também moldou os homens desta terra, marcou-lhes o corpo e o espiríto.
Mas Almeida Langhans não deixa de ter razão; desde cedo que viramos as costas ao mar, basta olhar para Santa Cruz, aninhada á beira mar mas virada para terra, sem uma fachada maritíma como tem as outras vilas e cidades do arquipélago. Apenas os antigos bairros de pescadores como o Corpo Santo e o Degredo se debruçam timidamente sobre o Atlântico, o resto da vila procura os "cerrados" e as vinhas, desde sempre o seu principal ganha pão. Nunca fomos ilha de pescadores, zangamo-nos com o mar há séculos...

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